Monopoly… Versão Euro-Zona 2010

JORNAL DE NEGÓCIOS 22/11/2010
“Os números não estão estabilizados: é preciso ainda conhecer com rigor qual o montante do empréstimo que será concedido à Irlanda, qual é a parte que será assumida em exclusivo pelos países do euro, e saber se a Grécia contribuirá. Mas Lisboa pode preparar-se para um valor na casa dos 1.200 milhões de euros. A chave de repartição do capital do Banco Central Europeu (BCE) é a base para calcular a fatia do empréstimo que cada país do euro tem de suportar a favor de um parceiro em apuros. Portugal assegura 1,75% do capital do BCE, mas a sua quota-parte deverá aumentar para a casa dos 2% caso se retire a parcela irlandesa (1,11%), e para valores superiores a 3% caso se retire também a da Grécia (1,96%), que está já a viver com um empréstimo internacional. Assumindo que o empréstimo para estabilizar a banca irlandesa será de 90 mil milhões de euros, e que dois terços (60 mil milhões) serão assegurados pelos parceiros do euro, então Portugal poderá ter de garantir um empréstimo na casa dos 1.200 milhões de euros.”
Ora aqui está o empurrãozinho que faltava…
Os PIGS vão falindo um a um e o BCE vai passando cheques “carecas”, financiando-se no contributo dos membros do Euro, que por sua vez se financiam a juros calamitosos sabe-se lá onde….
Portugal, o obeso mórbido da zona euro, vai espetar mais um prego no caixão para salvar os jogadores de casino da banca irlandesa (agora parecia o Louçã a falar, devo estar a ficar doente). A parte positiva é que daqui a algumas semanas/meses (o duração do doente paliativo é sempre imprevisível), a Irlanda vai-nos devolver a massa quando for a vez de financiar o descalabro da dívida portuguesa.
Meus amigos, não vejo outra solução: cortar na despesa pública (cortar a sério!!), investir em áreas estratégicas (exportações), estimular o consumo de transaccionáveis nacionais (diminuir importações), fiscalizar fraudes e tentar reduzir impostos a breve prazo (atracção investimento). Estas são regras básicas que qualquer idiota percebe. Eu é que nunca percebo porque é que quem governa nunca percebe. Até percebo. Isto afecta a vida dos milhões que em Portugal gastam mais do que produzem e pedem emprestado o que não podem pagar. Esses malandos não gostam de cortes (pelo menos no bolso deles…), esses malandros não vivem sem a bengala do paizinho. Mas a bengala do paizinho foi roída pelo bicho da madeira, e o paizinho está em queda livre… mas eles fingem que não.. e o Sócrates também… vamos ver até onde dura a farsa.
 
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